O subprocurador-geral Lucas Furtado encaminhou, nesta segunda-feira (18/8), uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) solicitando a análise dos valores movimentados pelo gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). O objetivo é apurar indícios de rachadinha, existência de funcionários fantasmas e possível acumulação indevida de cargos públicos. Se confirmadas as irregularidades, Furtado também pede a aplicação de punições aos envolvidos por improbidade administrativa e desvio de dinheiro. A iniciativa ocorre três dias após revelação de que a chefe de gabinete de Hugo Motta, Ivanadja Velloso Meira Lima, detém procurações com poderes “amplos e ilimitados” para sacar salários e movimentar recursos de contas de 10 funcionários e ex-funcionários do parlamentar. Segundo levantamento, Ivanadja teve autorização para movimentar valores superiores a R$ 4,1 milhões desde 2011. Duas dessas pessoas seguem atualmente nomeadas como secretários parlamentares: Ary Gustavo Xavier Guedes Soares e Jane Costa Gorgônio. A chefe de gabinete já é ré por improbidade administrativa em ação do Ministério Público Federal (MPF), acusada de participar de um esquema de rachadinha no gabinete do deputado Wilson Santiago (Republicanos-PB), aliado político de Motta. Na representação, Furtado solicita que o TCU concentre a investigação nas procurações concedidas a Ivanadja Velloso e na regularidade das remunerações dos funcionários. Ele também sugere que cópia da decisão seja encaminhada ao MPF para eventuais medidas adicionais. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também foi acionada para apurar possíveis ilegalidades envolvendo Hugo Motta e sua chefe de gabinete.