O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes declarou que não cederá a pressões internas ou externas no julgamento que apura a tentativa de golpe de Estado, processo que tem entre os réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em entrevista recente, Moraes comentou sobre as sanções impostas pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, mecanismo que prevê bloqueio de bens, restrições financeiras e proibição de entrada no país. Embora tenha reconhecido o desconforto de ser alvo das medidas, o magistrado destacou que sua atuação no caso não será afetada.

“Não há a menor possibilidade de recuar um milímetro sequer”, afirmou Moraes, reforçando que continuará conduzindo as investigações até que todos os envolvidos sejam responsabilizados.

O julgamento de Bolsonaro e outros sete acusados do chamado núcleo 1 da trama golpista está previsto para começar em 2 de setembro, em sessão plenária presencial. A análise, que pode se estender por até 27 horas, irá examinar acusações de participação ativa na tentativa de ruptura institucional ocorrida em 8 de janeiro de 2023.

A posição firme de Moraes ocorre em um momento de intensa repercussão internacional, com o caso sendo acompanhado de perto por governos estrangeiros, organizações multilaterais e entidades de defesa da democracia. Para o STF, o julgamento é considerado um marco no enfrentamento às ameaças ao Estado Democrático de Direito no Brasil.