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Julgamento de Bolsonaro e outros sete réus no STF pode durar 27 horas
Por Rádio JB
Publicado em 18/08/2025 09:09 • Atualizado 18/08/2025 09:10
BRASIL
Foto: PR Divulgação

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o dia 2 de setembro o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus apontados como integrantes do chamado núcleo 1 da trama golpista. A análise ocorrerá em plenário presencial da Primeira Turma da Corte e, segundo cálculos internos, pode se estender por até 27 horas de sessões.

A decisão de pautar o caso foi anunciada pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, um dia após o relator da ação, Alexandre de Moraes, pedir que o julgamento fosse incluído na agenda.

Normalmente, as turmas do STF se reúnem apenas nas tardes de terça-feira, mas, diante da complexidade do processo, Zanin agendou seis sessões extraordinárias, que ocorrerão tanto pela manhã quanto à tarde, com o objetivo de assegurar tempo suficiente para a análise da denúncia.

 

Fontes do tribunal avaliam que o voto do relator Alexandre de Moraes pode ocupar mais de uma sessão. O ministro conduz desde o início os inquéritos relacionados aos atos de 8 de janeiro e ao suposto plano de ruptura institucional atribuído ao grupo de Bolsonaro. Moraes deve apresentar um voto detalhado sobre as acusações, as provas reunidas e a eventual responsabilidade dos denunciados.

A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) divide os investigados em núcleos. O núcleo 1, alvo do julgamento de setembro, reúne aqueles considerados centrais na articulação de medidas para fragilizar a confiança no processo eleitoral e preparar a tentativa de golpe. Entre os réus, além do ex-presidente, estão ex-assessores próximos e aliados políticos.

Caso sejam condenados, os réus podem enfrentar penas de prisão e perda dos direitos políticos, além de eventuais multas. A avaliação é de que a análise desse primeiro grupo será decisiva para orientar a forma como a Corte julgará os demais núcleos da investigação.

Nos bastidores, ministros do STF reconhecem que o julgamento terá forte repercussão política, sobretudo em razão do protagonismo de Bolsonaro no processo. Aliados do ex-presidente já criticam a decisão, acusando o Supremo de agir com viés político, enquanto setores da oposição defendem que o tribunal dê uma resposta firme aos ataques contra a democracia.

 

O resultado do julgamento também poderá influenciar o futuro político de Bolsonaro e seu espaço nas eleições municipais de 2024 e nas articulações para 2026.

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