O ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental Al Gore destacou o papel de liderança do Brasil na transição energética global, apontando o modelo de financiamento do BNDES como um exemplo a ser seguido por países em desenvolvimento. Para ele, a forma como o banco estatal brasileiro mitigou riscos e viabilizou investimentos em energia renovável pode inspirar novas políticas internacionais, especialmente em nações que ainda enfrentam dificuldades para atrair recursos nesse setor.
Em entrevista concedida no Rio de Janeiro, onde promove um curso gratuito de formação de lideranças climáticas, Gore afirmou que esse modelo pode se tornar um dos principais resultados da COP30, conferência climática da ONU marcada para novembro, em Belém (PA), da qual ele já confirmou presença.
Idealizador do documentário “Uma Verdade Inconveniente” (2006), que ajudou a colocar a crise climática no centro do debate mundial, Gore ressaltou os avanços obtidos com o crescimento das energias renováveis, mas reconheceu que governos contrários à agenda ambiental podem frear esse progresso. Ainda assim, ele se mostrou confiante de que tais retrocessos são passageiros.
Ao comentar o impacto do ex-presidente Donald Trump, Gore avaliou que os Estados Unidos viverão apenas mais alguns anos de “visão pseudoautoritária de governo” e declarou acreditar na resiliência da democracia americana. “Temos apenas mais três anos e meio disso. A democracia dos EUA é mais forte do que muitas pessoas temem”, afirmou.
Assim, Gore reforçou tanto a importância do engajamento global no combate às mudanças climáticas quanto sua esperança na superação de obstáculos políticos, defendendo que o Brasil tem um papel crucial a desempenhar no debate climático internacional.