O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), oficializou neste sábado (16) sua pré-candidatura à Presidência da República, durante a convenção nacional do partido realizada em um centro de eventos na zona sul de São Paulo. A iniciativa marca a primeira movimentação concreta do Novo no cenário eleitoral de 2026 e posiciona Zema como um dos nomes da direita para a disputa.
Em seu discurso, o governador mineiro criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Zema defendeu ainda a reformulação do Bolsa Família, propondo a criação de um “mecanismo de desmame” que incentive beneficiários a buscar autonomia financeira. Segundo ele, a ideia é que o cidadão continue recebendo o auxílio até conquistar estabilidade profissional, quando então não dependeria mais do programa.
“O brasileiro quer dignidade. Temos de criar um mecanismo de desmame para o Bolsa Família. Algo como: você vai trabalhar, continuar recebendo o benefício até o dia em que esteja tão solidificado na sua profissão que não precise mais dele. É preciso estudar algo nessa linha”, afirmou.
Zema também destacou a região Nordeste como o maior desafio eleitoral da direita, onde tradicionalmente partidos progressistas têm mais força. Para ele, a dependência prolongada de programas sociais “perpetua uma vida precária, sem dignidade e sem futuro”. O governador defendeu a geração de empregos como alternativa real de transformação e disse acreditar que o eleitorado nordestino “já está acordando para essa mudança”.
A entrada de Zema na corrida presidencial ocorre em meio a um cenário de indefinição no campo da direita. O principal líder desse espectro político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), encontra-se inelegível e cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto. Além disso, Bolsonaro será julgado no STF em 2 de setembro, acusado de participação em uma trama golpista. Esse contexto abre espaço para novas lideranças buscarem protagonismo na disputa de 2026, com Zema se colocando como alternativa viável ao eleitorado conservador.