Iniciado o conclave para eleição do novo papa, que irá substituir Francisco, as expectativas em torno de quem será o eleito estão grandes, apesar de ainda não haver um favorito. Nesta quinta-feira (8), acontece a segunda rodada de votações. Somente hoje, vão haver quatro. Apesar de nenhum nome aparecer em evidências, os africanos sonham em ter um pontífice do seu continente, algo que pode acontecer. Existem três possibilidades: cardeal ganês Peter Turkson, cardeal guineano Robert Sarah e Fridolin Ambongo, da República Democrática do Congo.
Em 2010, Turkson disse que não estava preparado para se tornar papa e que, talvez, a Igreja Católica também não estivesse pronta. Porém, mais de 15 anos depois, este influente religioso africano aparece como um dos nomes para assumir a liderança da Igreja Católica. “Eu não gostaria de ser o primeiro papa negro. Acho que seria difícil”, afirmou na época, mas após a morte de Francisco, o nome deste cardeal africano é citado por muitos analitas.
Nenhum dos três nomes será o primeiro pontífice desse continente. O papa Vítor, que liderou a Igreja entre 189 e 199, era do norte da África. Mas, à medida que aumenta o percentual de fiéis africanos em comparação a uma Europa envelhecida e cada vez mais secular, o debate é retomado sobre se a Igreja está preparada para seu primeiro papa negro. “Está aumentando a sensação de que, se o papa deve ser uma autoridade global, ele tem que proceder da Igreja global”, afirma Miles Pattenden, historiador do catolicismo.
O pensamento sobre um possível papa africano é compartilhado pelo arcebispo de São Paulo, o cardeal Odilo Pedro Scherer. Questionado logo após a morte de Francisco sobre o novo pontífice, ele respondeu: “Ninguém deveria se surpreender se fosse escolhido um cardeal africano ou um cardeal asiático para ser o próximo papa. Está entre as possibilidades e se isso acontecer não quer dizer que a Igreja voltou-se só para a África ou para a Ásia, ou que virou as costas para a América. Qualquer um que for escolhido receberá o cuidado da Igreja como um todo”, disse Dom Odilo, durante entrevista na Catedral da Sé, antes de celebrar uma missa em homenagem ao Papa Francisco. Um líder africano representaria uma nova perspectiva para alguns dos problemas atuais da Igreja.
Fonte: Jovem Pan