Recentemente, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, destacou a redução da jornada de trabalho como uma das prioridades do governo, especialmente no que tange ao fim da escala 6x1. Em uma publicação na rede social X, Gleisi enfatizou a importância de iniciar um diálogo envolvendo a sociedade e os diversos setores afetados, sinalizando que o governo está disposto a ouvir as demandas dos trabalhadores.

Esse tema ganhou destaque durante os atos de comemoração ao Dia do Trabalhador, onde líderes sindicais uniram forças em defesa da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 8/25, que busca implementar a redução da jornada de trabalho. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também abordou a questão em seu pronunciamento, afirmando que é hora de dar esse passo audacioso, sempre com a escuta atenta aos diferentes segmentos da sociedade.

Contudo, apesar da boa vontade governamental, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, sinalizou que a proposta precisa ser considerada com cautela. Ele ressaltou que, embora a iniciativa tenha apelo popular, é imprescindível avaliar seus impactos e viabilidade. Essa mensagem sugere uma necessidade de equilíbrio entre a implementação de políticas sociais e a realidade econômica que o país enfrenta.

A pressão política na Câmara dos Deputados resulta em um cenário complexo para a tramitação da proposta. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, está intensificando esforços para que a proposta seja debatida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Este será um passo crucial, já que a CCJ é a primeira etapa da análise do texto.

Além disso, é importante observar que a agenda do governo enfrenta desafios devido a outras questões, como a pressão do PL pela anistia, que tem travado a pauta legislativa. No entanto, a recente articulação entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) para reduzir penas de condenados do 8/1 pode abrir espaço para que a discussão sobre a jornada de trabalho avance.