Sarah Raissa Pereira de Castro, de 8 anos, morreu após inalar desodorante aerossol para um desafio na internet na quinta-feira (10), segundo familiares. O óbito foi declarado no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), no Distrito Federal, neste domingo (13). Um laudo médico ainda vai confirmar a causa da morte.
De acordo com o apurado pela TV Globo, a menina foi encontrada pelo avô, já desacordada, com os dedos e lábios roxos. O desodorante estava junto com a criança, no sofá, enxarcado pelo produto.
O delegado responsável pelo caso, Ataliba Neto, disse que um inquérito foi aberto para apurar as circunstâncias da morte e tentar identificar os responsáveis pela publicação do "desafio do desodorante" em uma rede social (veja detalhes abaixo).
Um caso semelhante foi registrado em Pernambuco, em março deste ano, quando uma menina de 11 anos morreu. Os parentes de Brenda Sophia Melo de Santana dizem que a menina também participava de um desafio na internet.
Atendimento médico
O avô de Sarah Raissa acionou o SAMU ao perceber que a neta não respondia ao chamados. No local, a equipe realizou manobras de reanimação e a encaminhou para o hospital ainda com pulso.
No entanto, na unidade de saúde, os médicos constataram a morte cerebral de Sarah Raissa. Neste domingo, após vários exames, o óbito foi declarado.
'Desafio do desodorante'
Em uma rede social, uma tia de Sarah pediu que as pessoas fiquem atentas e falem sobre o perigo dos desafios online.
O "jogo" normalmente é proposto por pessoas que incentivam crianças e adolescentes a gravar imagens enquanto aceitam o desafio. Os vídeos somam milhares de visualizações.
Segundo Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da USP, o desafio do desodorante é perigoso por causa do alto teor de etanol (álcool) presente em qualquer tipo de desodorante.
Composto por partículas sólidas e líquidas suspensas no ar a partir do lançamento de um gás por um spray, o aerossol pode causar sérios danos à saúde se for inalado, dizem especialistas. A substância consegue penetrar rapidamente nos brônquios, comprometendo a oxigenação.
Fonte: G1
