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Por que este buraco escuro cresce quando olhamos para ele? Estudo explica
Usando um modelo computacional da retina, pesquisadores descobriram que a ilusão do buraco em expansão vem da percepção cerebral de contrastes
Por Rádio JB
Publicado em 07/04/2025 14:32
BRASIL
Onde a ilusão começa: no olho ou no cérebro? • Akiyoshi Kitaoka/Universidade Ritsumeikan

Um dos fenômenos perceptivos mais estudados em psicologia e neurociência, a ilusão do buraco em expansão ajuda a entender melhor como o nosso cérebro processa informações visuais.

Na imagem, um ponto escuro imóvel parece aumentar de tamanho à medida que o observamos, como se estivesse avançando em nossa direção, e até mesmo como se estivéssemos caindo em um buraco negro.

“A ilusão do buraco em expansão desafia as visões tradicionais da percepção de movimento, demonstrando como imagens estáticas podem evocar fortes sensações de movimento”, afirma um artigo publicado recentemente na plataforma de pré-impressões arXiv.

A partir de estudos psicofísicos realizados em 2021, que mostraram que a icônica ilusão produz não só um efeito perceptivo, mas também a dilatação da pupila, uma dupla de pesquisadores propõe agora que a ilusão começa no olho, para depois afetar o cérebro.

Para testar essa hipótese, Nasim Nematzadeh, da Universidade de Flinders em Adelaide, na Austrália, criou um modelo computacional que simula o funcionamento das células da retina.

Dentro das nossas retinas, temos alguns neurônios especializados em receber informações visuais (e transmiti-las ao cérebro), chamados células ganglionares da retina (RGCs na sigla em inglês).

Elas agem basicamente como filtros distintos de fotografia. Quando você olha para o padrão do “buraco em expansão”, algumas dessas células enxergam o centro escuro menor, enquanto outras o percebem maior.

Quando todas essas células mandam suas diferentes “versões” para o cérebro ao mesmo tempo, ele fica confuso. Como algumas RGCs dizem que o buraco é pequeno e outras, que ele é grande, o cérebro interpreta a diferença como se o buraco negro estive crescendo e se movendo.

É aí que entra em cena o filtro computacional Diferença de Gaussianos (DoG) de Nasim, que “enxerga” igual às nossas células do olho. Ele confirma que é essa “confusão” de sinais que nos faz ver movimento onde não existe.

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Fonte: CNN BRASIL

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