No dia em que teve início o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete aliados no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o caso e defendeu a necessidade de respeito ao princípio da presunção da inocência. Para Lula, independentemente das acusações, é essencial que o devido processo legal seja garantido, assegurando o direito de defesa dos réus.
Durante sua fala, o presidente fez uma comparação com sua própria experiência. Ele recordou o processo que resultou em sua prisão em 2018, por decisão do então juiz federal Sergio Moro, afirmando que não se deixou abalar emocionalmente e que não se colocou em posição de vítima. “Não pude me defender e não fiquei chorando”, declarou, em tom de crítica às circunstâncias de sua condenação.
Lula também abordou a repercussão internacional do julgamento, especialmente a posição dos Estados Unidos em relação à Justiça brasileira. O presidente criticou a aplicação da Lei Magnitsky pelo governo americano, que resultou em sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF. Segundo ele, essa atitude representa uma ingerência indevida em assuntos internos do Brasil.
Além disso, Lula mencionou as declarações do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que classificou o julgamento de Bolsonaro como uma “caça às bruxas”. Para o petista, a postura de Trump demonstra um alinhamento político com Bolsonaro e uma tentativa de deslegitimar a atuação das instituições brasileiras.
Ao comentar sobre o caso, Lula buscou destacar a importância da independência do Judiciário, reforçando que os processos devem seguir critérios legais e constitucionais, sem interferências externas ou pressões políticas.