O Governo Federal celebrou a retomada dos estoques públicos de arroz, após 11 anos, em ato realizado nesta sexta-feira (22) em Pelotas, no Sul do Rio Grande do Sul. A cerimônia, que aconteceu no Engenho São Bento, foi promovida pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável pelas operações de Contrato de Opção de Venda (COV), que viabilizaram a volta dos estoques do cereal após 11 anos. Estiveram presentes o presidente da estatal, Edegar Pretto, prefeitos e empresários, além de produtores e representantes de entidades do setor.
O Contrato de Opção de Venda é um mecanismo que funciona como uma espécie de seguro de preços: garante ao agricultor o direito de vender sua produção ao governo, em data futura, a um valor previamente fixado. Embora a entrega não seja obrigatória, o modelo assegura renda ao produtor, amplia a oferta no mercado interno e permite a recomposição de estoques estratégicos.
“Lançamos o Contrato de Opção de Venda para garantir renda ao produtor e manter a produção de arroz, um alimento essencial para a nossa mesa. Compramos a um preço melhor do que o mercado está pagando e, assim, asseguramos valores justos também para os consumidores. Se houver aumento no preço em alguma região, colocaremos o produto no mercado para equilibrar”, destaca Pretto.
Durante o evento, o produtor Pedro Zanetti entregou para a Conab 540 toneladas de arroz tipo 1, em casca. Ele foi um dos produtores que aderiram ao COV e executaram a operação em julho, para efetivar a entrega em agosto. Ele recebeu R$ 86,03 pela saca de 50 quilos, valor R$ 17,58 acima da média praticada pelo mercado, que está em R$ 68,45. O volume será armazenado na rede de armazéns credenciados pela Conab e reforçará os estoques públicos do cereal, que foram retomados em junho deste ano.
“Eu vejo o Contrato de Opção de Venda como um seguro de preço para o produtor rural. Quando a Conab lançou, nós ficamos em dúvida, mas optamos por aderir, porque sabíamos que teríamos uma safra maior e, acima de tudo, queríamos estar assegurados, com uma parte da produção já garantida um preço”, afirma Zanetti.
A primeira rodada de COV, lançada pela Conab no ano passado para a safra 2024/2025, resultou até agora em 458 contratos exercidos no país, de um total de 3.396 firmados. O volume equivale a 12,3 mil toneladas de arroz. Até o momento, o investimento total na aquisição do cereal chegou a R$ 44,7 milhões, sendo R$ 30,7 milhões apenas no estado gaúcho.
Na mesma semana do ato em Pelotas, a Companhia realizou uma nova rodada de COV para a compra de até 110 mil toneladas de arroz, também da safra 2024/2025, de agricultores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Do total previsto para aquisição, foram negociadas 109,2 mil toneladas. Caso os agricultores optem por vender o produto para o governo federal na data de vencimento dos contratos negociados, estima-se investir até R$ 181,1 milhões, entre compra e despesas operacionais.
O Rio Grande do Sul segue como o maior produtor de arroz do país, responsável por cerca de 70% da produção nacional. De acordo com o 11º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, divulgado recentemente pela Conab, o estado colheu 8,3 milhões de toneladas, aumento de 15,9% em relação à safra anterior. No Brasil, a produção foi estimada em 12,3 milhões de toneladas, alta de 16,5%.
Assessoria de Imprensa
