A revista britânica The Economist, uma das mais influentes publicações do mundo, trouxe em sua capa desta semana o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). A reportagem ressalta que o processo contra o ex-mandatário, acusado de envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023, é um marco para a consolidação institucional do país.

Com a chamada “Brasil oferece aos EUA uma lição de maturidade”, a revista faz uma comparação direta entre as reações democráticas do Brasil e dos Estados Unidos diante de ataques às instituições. O texto aponta que, enquanto a Justiça brasileira avança no julgamento de Bolsonaro e seus aliados, os EUA ainda enfrentam dificuldades em responsabilizar o ex-presidente Donald Trump e lidar com as ameaças à estabilidade política após a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.

Segundo a publicação, a forma como o Brasil conduz o processo mostra que a democracia brasileira, apesar de jovem e marcada por crises, apresenta mecanismos de defesa robustos e independência institucional. A Economist destaca, ainda, que a resposta firme do Judiciário brasileiro serve como recado a outros países que vivem tensões políticas internas: a impunidade não deve ser tolerada.

O julgamento de Bolsonaro, que deve se estender até meados de setembro, é acompanhado de perto pela imprensa internacional. Para analistas, a repercussão global reforça a ideia de que o Brasil está diante de um momento decisivo para seu futuro democrático — não apenas na esfera interna, mas também como exemplo para outras nações em crise institucional.